Quem não se lembra de “Senhora do Destino” (2004/2005), novela de Aguinaldo Silva que teve Susana Vieira como protagonista e Renata Sorrah como a vilã Nazaré? Pois é, a novela teve tanto sucesso que até hoje é lembrada pelas cenas icônicas. Entre os atores estava Agles Steib, 40, que ficou conhecido pelo personagem ‘Maikel Jackson das Neves’. Na trama, ele era filho de Rita de Cassia (Adriana Lessa) que vivia o drama da violência doméstica.
Após “Senhora do Destino”, o ator trabalhou nas novelas “Paraíso Tropical” (2007), “Guerra e Paz” (2008), fez “Linha Direta” (1999-2007), além de “Força Tarefa”, entre outros trabalhos como “Cidade Refúgio” (2017), documentário sobre o trabalho de um centro cristão para recuperação de dependentes químicos.
Desaparecimento
Em 2022 Agles Steib ficou desaparecido por cinco dias após uma viagem para a Bolívia. À época, a mãe dele, Leonete Carol disse em entrevista ao Portal UOL que ele teria viajado em busca de novas oportunidades de trabalho.
“Ele estava na Bolívia, foi tentar a vida lá. Porque aqui no Rio estava muito difícil. Mas ele não foi com muito dinheiro”, disse a mãe.
“Não havia entendido que na carreira do ator e em qualquer área que tenha uma profissão bem-sucedida, existiam os altos e baixos” (Agles Steib)
Política
Hoje, o ator que mora no Rio de Janeiro, escreveu um livro sobre experiências sobrenaturais e ministra palestras para jovens na comunidade da Cidade de Deus. Além disso, ele se filiou ao Republicanos, partido pelo qual deverá disputar as eleições municipais neste ano.
Com exclusividade, o ator conversou com este colunista sobre esse momento de sua vida e as pretensões na política. Confira!
Marcos Bulques: Por que você decidiu entrar para a política?
Agles Steib: Acredito que seja um chamado de Deus. Me cansei de ver tanta covardia com o nosso povo, e também acredito que Deus coloca homens para resolver os problemas da sociedade, sabendo que a corrupção já é um problema do caráter.
MB: Quais são suas expectativas?
Agles Steib: Hoje trabalho com os centros de recuperações no Rio de Janeiro, que são entidades religiosas que combatem a marginalidade de uma forma espiritual, então o meu projeto é socializá-las, pois elas não têm o apoio do governo, assim, elas conseguem diminuir o máximo de dependentes e criminosos das ruas. Almejo também somar na cultura e ajudar os meus companheiros de trabalho da classe artística.
“Acredito que seja um chamado de Deus […] e também acredito que Deus coloca homens para resolver os problemas da sociedade, sabendo que a corrupção já é um problema do caráter” (Agles Steib)
MB: Como você vê hoje a cidade do Rio de Janeiro? O que precisa melhorar?
Agles Steib: Precisando sempre melhorar a saúde e a cultura, que são os dois pontos fundamentais para se ter uma sociedade bem resolvida.
MB: Em relação a profissão de ator, há quanto tempo você está afastado da televisão?
Agles Steib: Nunca me vi afastado, atuava até no espelho da minha casa, mas as únicas coisas que me afastaram um pouco do meio artístico, foi a maldita pandemia e a minha viagem frustrada pela Bolívia, fora isso nem uma depressão conseguiu tirar o meu foco e o amor pela arte, estou sempre fazendo testes e perseverando, a espera não de muitos personagens, mas de um personagem que jamais será esquecido, um personagem eterno.
MB: É difícil ser ator no Brasil? Como você analisa sua área atualmente?
Agles Steib: Hoje em dia está meio bagunçado, desorganizado, qualquer um hoje está atuando, influencers, youtubers, não era como na minha época que um estudo aprimorado era exigido. O mercado está mais aberto, pois com a chegada das plataformas, o mercado artístico se ampliou.
MB: É verdade que você ficou depressivo após ficar um período sem trabalho?
Agles Steib: Comecei a estudar artes cênicas aos 12 anos de idade e me profissionalizei aos 16. O ator que começa muito cedo, passa por alguns processos. Apenas não havia entendido que na carreira do ator e em qualquer área que tenha uma profissão bem-sucedida, existiam os altos e baixos.
MB: É preciso ter estrutura emocional para trabalhar em televisão?
Agles Steib: Sim, atuar não é uma balburdia, é uma profissão muito delicada, exige todo um cuidado, pois lida com os sentimentos da alma, um conhecimento psicológico é fundamental para um ator.
MB: O que você espera do futuro enquanto ator?
Agles Steib: Continuo estudando, e me aprimorando mais e mais, porque os anos foram me dando muitas experiências e hoje me sinto muito melhor. O envolvimento político entendo como missão em ajudar o próximo, e atuar na minha real profissão.
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