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Brasil será parte da festa do centenário do Oscar

CEO da Motion Picture Sciences and Arts Academy anuncia no RioMarket 2025 comemorações globais

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CEO da Motion Picture Science and Arts Academy, Bill Mayer. (Foto: Eny Miranda/Divulgação)

O Brasil tomará parte das celebrações do centenário da Academia de Ciências e Artes de Hollywood, daqui a dois anos. A festa do centenário será global, do tamanho do interesse pelo Oscar em diferentes países, explica o CEO da Motion Picture Science and Arts Academy, Bill Mayer. Presente no RioMarket, braço de negócios do Festival do Rio, maior evento da indústria cinematográfica e audiovisual da América Latina, Mayer abordou a Academia para além do Oscar, no fomento à cooperação entre produtores de todo o planeta, não apenas dos Estados Unidos.

“É muito importante para nós visitarmos festivais de cinema ao redor do mundo para engajar com cineastas e para explicar o que a Academia faz para inspirar eles a fazerem filmes”, argumentou. Bill Mayer, que não poupou elogios ao Festival do Rio.

 “Trezentas películas é para fazer inveja em mostras de qualquer lugar do mundo! Vocês são muito ambiciosos, no bom sentido!”.

A reação do público no Brasil e no exterior à premiação de Ainda Estou Aqui convenceu Bill Mayer ainda mais do acerto da aposta em colaborações artísticas e financeiras entre diferentes países.

“Eu acredito que a indústria cinematográfica brasileira está passando por um ressurgimento. Eu gostaria de pensar que o Oscar tem alguma coisa a ver com isso. Tivemos o ‘Ainda Estou Aqui’ ano passado e a Fernanda Torres foi uma nomeação incrível”, ressaltou.

 Instigado pelo mediador do debate, o jornalista e escritor Edney Silvestre, a comentar a ameaça de Donald Trump de impor tarifas de 100% sobre todo e qualquer filme produzido fora dos EUA, Bill Mayer avisou que seria lacônico, por “razões diplomáticas óbvias”. Mesmo assim, foi direto ao ponto.

 “A Academia e a indústria audiovisual são globais, desde o começo e cada vez mais. Nada nos fará deixar esse caminho”, disse.

Sem abrir mão do sorriso, nem se estender, Mayer firmou uma posição em defesa da abertura de mercado.

“Eu acho que conforme o mundo se torna mais globalizado e conforme os filmes são feitos numa escala mais internacional e consumidos numa escala mais internacional, mais e mais pessoas vão descobrir o trabalho dos cineastas brasileiros dos dias passados e dos dias atuais e isso é muito empolgante!”, acrescentou.

A declaração de Mayer contrasta fortemente com a postagem do presidente americano em sua plataforma, a Truth Social, dia 29 de setembro deste ano:

“Nosso negócio de produção cinematográfica foi roubado dos Estados Unidos da América por outros países, assim como roubar “doce de criança”. A Califórnia, com seu governador fraco e incompetente, foi particularmente atingida! Portanto, para resolver esse problema antigo e interminável, imporei uma tarifa de 100% sobre todo e qualquer filme produzido fora dos Estados Unidos”.

Para Mayer, CEO da Academia,  a afirmação de cinematografias emergentes, como a da Índia, da China, da Coreia do Sul (Oscar com Parasita, em 2020) é um reforço para a indústria americana, não uma ameaça. “Queremos evoluir junto com o mundo. A torcida por Walter (Salles) e Fernanda (Torres) nos comoveu,” argumentou.

A restauração e divulgação da memória do cinema é um aspecto menos badalado do trabalho da Academia, mas que entusiasma Bill Mayer e a manager de Impacto na Indústria da MPSA, Meredith Shea. Perguntada por Edney Silvestre sobre como a gestão atual da Academia tirou do papel o Museu do Oscar, Meredith Shea foi pragmática: Money, money, money. Para que as empresas se engajassem no financiamento e viabilizassem a obra inaugurada logo após o fim da pandemia de Covid-19, em 2021, o papel de pessoas físicas foi essencial. Mayer destacou Tom Hanks, astro de Forrest Gump, como um dos pioneiros. O engajamento da indústria permitiu tornar realidade um sonho relatado por Douglas Fairbanks, estrela do cinema mudo e um dos fundadores da Academia, em 1929, dois anos depois da fundação. “É o que relatam as atas da reunião, preservadas em nossa biblioteca”, explica Bill Mayer.

Para os brasileiros, o Museu do Oscar permite visitar a repercussão internacional do cinema produzido por aqui. O acervo conta com filmes restaurados de pioneiros como Humberto Mauro, de Ganga Bruta, até todas as produções indicadas ao Oscar, como “Cidade de Deus”, “O Quatrilho”, “Central do Brasil” e “O Que É Isso, Companheiro”.

O Academy Museum of Motion Pictures, conhecido popularmente como Museu da Academia ou Museu do Oscar, é uma instituição dedicada à arte e ciência do cinema, localizada em Los Angeles. O museu, que fica no Edifício Saban, na Wilshire Boulevard, explora a história da sétima arte com exposições imersivas de figurinos, objetos de cenário, storyboards, roteiros, estatuetas do Oscar e um acervo com mais de 13 milhões de artefatos.

É o primeiro museu em grande escala desse tipo nos Estados Unidos. O prédio está localizado no histórico edifício May Company Building, na interseção da Wilshire Boulevard e Fairfax Avenue, parte da Museum Row na Miracle Mile.  A arquitetura de Lorenzo Piano e o acervo, com itens como o manuscrito original de Pulp Fiction ou os cartões de Natal enviados a Alfred Hitchcock  empolgam o executivo.

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