O ator Mateus Solano estava feliz da vida durante a estreia de “O Figurante”, que aconteceu na noite da última sexta-feira (19) no Rio de Janeiro.
A peça fala de um esforçado figurante de cinema e televisão chamado Augusto, interpretado por Solano, que, acostumado com a função desempenhada nos papéis secundários nas produções, o homem leva uma rotina previsível e se vê em uma espécie de figuração não só no trabalho, mas também da própria história.
Em conversa com este colunista, Mateus Solano conta o que sentiu com a reação do público.
“O texto é nosso, eu, Miguel [Thiré], Isabel Teixeira. É uma grande alegria que as minhas questões tocam a todos, isso tudo eu descobri hoje, na estreia. As pessoas falam: ‘é isso aí, você está falando de uma coisa legal e de um jeito legal’. A paixão do teatro, que é repetir todos os dias, é continuar apertando infinitamente esses parafusos, sempre revolucionando no momento presente”, disse.
“A paixão do teatro, que é repetir todos os dias, é continuar apertando infinitamente esses parafusos, sempre revolucionando no momento presente” (Mateus Solano)
Solano falou também sobre a expectativa para esse novo projeto.
“A resposta está maravilhosa, mas eu não posso confiar nesse público de estreia não”, ressaltou.
Sobre a pessoa ser figurante de sua própria vida, o artista disse que o indivíduo muitas vezes precisa passar momentos difíceis para chegar em um objetivo.
“Pra isso a gente tem que , às vezes, fazer concessões, às vezes tem que se humilhar, inventar personagens para sobreviver”, explicou.
Direitos autorais
Recentemente Mateus Solano se manifestou, através de suas redes sociais, sobre os direitos autorais de produções que são veiculadas fora do Brasil e que os atores não recebem por isso.
“Quando passa nossa imagem lá fora [ fora do Brasil] tem o dinheiro para a gente receber […] os nossos direitos. [Os trabalhos] vão sendo aos poucos banalizados com tanta forma que tem de reproduzir o nosso trabalho sem nos remunerar”, explicou.
O ator falou sobre as regras que precisam ser mudadas, ou seja, a forma de contratação dos atores para não serem obrigados aceitar um trabalho após assinatura de contrato abrindo mão dos direitos de exibição fora do Brasil.
“As regras precisam ser mudadas, porque a forma de mostrar, de reproduzir, de ganhar dinheiro em cima do nosso trabalho também está se multiplicando e a gente não é remunerado proporcionalmente”, disse o ator.
“[Os trabalhos] vão sendo aos poucos banalizados com tanta forma que tem de reproduzir o nosso trabalho sem nos remunerar” (Mateus Solano)
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA ABAIXO: