Uma noite de celebração. Assim foi a estreia de “Ainda Estou Aqui” durante a 48ª Mostra de Cinema Internacional de em São Paulo. O filme, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de Eunice Paiva durante o período do regime militar brasileiro, quando teve seu marido, Rubens Paiva, retirado de casa por agentes da repressão, preso, torturado e morto pelos militares na década de 1970. O premiado longa estreia dia 7 de novembro nos cinemas.
A coluna conversou com o elenco de “Ainda Estou Aqui”, que é um forte candidato que está sendo cotado ao Oscar como melhor filme estrangeiro.
“É um filme eminentemente brasileiro que encontra o seu público finalmente, o público no Brasil. A gente vem de uma longa jornada, mas esse para a gente era o marco mesmo, o momento mais importante. Então a gente está muito feliz de estar aqui e, sobretudo, no cinema de rua, na Mostra de São Paulo, que pra gente são marcos afetivos e civilizacionais, eu diria. Eles tornaram esse Brasil mais democrático e mais interessante”, disse o cineasta Walter Salles, diretor do filme.
“Tudo que está acontecendo já é maravilhoso. Vindo ou não vindo (sobre o filme concorrer ao Oscar), o filme existe” (Fernanda Torres)
Fernanda Torres contou como foi interpretar Eunice Paiva.
“Foi um processo maravilhoso de um ano na pele dessa mulher extraordinária, que é a Eunice Paiva, que nunca se fez conhecida e esse filme de certa maneira abre uma porta para revelar-lhe, uma porta dessa casa, desse Brasil que a gente pode ser e que de vez em quando é cortado por certas arbitrariedades, mas eu tenho certeza que quem vê vai se emocionar com essa mulher incrível chamada Eunice Paiva”, contou a atriz.
Sobre a possibilidade de concorrer ao Oscar, Torres afirmou que mesmo que não ganhe, tudo que aconteceu até o momento valeu a pena.
“Tudo que está acontecendo já é maravilhoso. Vindo ou não vindo (sobre o filme concorrer ao Oscar), o filme existe”, disse.
Para o ator Selton Mello, que interpretou Rubens Paiva, a expectativa para o Oscar existe, apesar de ser difícil.
“Estamos trabalhando na campanha, mas é uma coisa muito difícil, então espero que dê certo. Estamos mostrando nosso trabalho em festivais importantes no mundo todo e acho que vai dar certo. Muito linda a história e tem emocionado as pessoas no mundo inteiro e agora chegou a hora do Brasil”, falou o ator.
O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro “Ainda Estou Aqui”, obra que o filme foi baseado, também conversou com este colunista e disse o quanto o longa representa para sua vida.
“Eu acho que [é] a mensagem da minha mãe sendo espalhada para o mundo. Era uma pessoa brilhante, superinteligente, lúcida, agregadora e pacífica, então é uma coisa da paz sendo pregada para o mundo, que está com muito ódio, muita violência, muito desrespeito aos direitos humanos”, disse o escritor.
“Eu acho que [é] a mensagem da minha mãe sendo espalhada para o mundo” (Marcelo Rubens Paiva)
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