No próximo dia 16 de setembro, o Globoplay lançará o documentário “Pra Sempre Paquitas”, contando os bastidores e curiosidades do dia a dia das paquitas, que trabalharam com Xuxa nas décadas de 1980, 1990 e 2000. Ao todo foram 29 meninas, das quais 27 participaram do documentário.
Muito mais do que assistentes de palco, elas também gravaram discos e venderam muito naquele período, inclusive faziam shows somente das paquitas, tamanho sucesso que faziam no Brasil.
No meio disso tudo, um ex-diretor da TV Globo, João Henrique Schiller, conseguiu reunir algumas paquitas da geração da década de 1990 para a produção, inicialmente de uma peça de teatro. O diretor contaria como era ser paquita, os bastidores daquele programa intitulado “Xou da Xuxa”, um fenômeno de sucesso, mas com histórias que o público não sabia.
A obra seria inspirada em “Confissões de Adolescente”, série apresentada pela TV Cultura de 1994 até 1996. Schiller conseguiu reunir as meninas para esses depoimentos. Tudo, sem a diretora do programa, Marlene Mattos, ter conhecimento, o que causou um caos quando tudo foi descoberto. Esse comportamento das paquitas à época causou a demissão de todas elas.
Entrevista
Em 2008, este colunista conversou com três das oito paquitas que participaram desses depoimentos. Essa entrevista com as ex-paquitas nunca foi ao ar na televisão aberta. Naquela ocasião, Catia Paganote, Priscilla Couto e Roberta Cipriani estavam viajando pelo Brasil com o projeto: “Paquitas – o reencontro”, um show que as três montaram para relembrar o sucesso dos anos 1980/1990.
“…quando a gente foi ver, uma peça de teatro tinha se transformado num livro” (Priscilla Couto – ex-paquita)
Segundo Priscilla Couto, a Catuxita do programa, a ideia era fazer algo para mostrar o dia a dia de uma paquita.
“Tanta polêmica, tanta coisa, tanto disse me disse, tanta intriga em volta disso. Na verdade, sim, ele era um diretor que trabalhava com a gente […] e a gente tinha um projeto de fazer uma peça de teatro, tipo ‘Confissões de Adolescente’, como ‘Confissões de Paquitas’, contando o primeiro beijo, a gente era paquita, mas a gente também teve o dia do primeiro beijo, apesar de todo aquele trabalho, tinha dia que a gente ficava triste, que a gente chorava, que a gente ria demais, a gente vivia aquilo, a gente é ser humano”, disse.
Priscilla contou que houve uma reunião para discutir esse projeto.
“A gente se reuniu de fato para fazer isso [falar sobre o projeto], só que as coisas foram para um lado completamente diferente e a gente nem ficou sabendo que as coisas estavam indo para um outro lado, e quando a gente foi ver, uma peça de teatro tinha se transformado num livro, entendeu? Então é muito mais fácil uma pessoa que está atrás das câmeras botar num livro que eu Priscila, que fui paquita, que a Roberta, que foi paquita, que a Cátia, que foi paquita, e que as outras meninas que foram paquitas: ‘ah, elas falaram isso, isso, isso’, por que quem ia acreditar? ‘Ah, fulaninho falou isso, isso e isso, mas a Priscila, que foi paquita, falou isso e isso, entendeu? Tem uma grande diferença aí”, explicou.
A ex-paquita ainda disse que o autor não tinha autorização dos pais das paquitas para a publicação.
“De fato, esse livro foi lançado, ele foi recolhido, não sei, isso também é uma polêmica, se foi recolhido, se não foi. A gente só sabe que o livro não foi autorizado, eu era menor de idade, minha mãe não deu autorização, como a mãe da Roberta também não, a mãe da Cátia, ninguém escreveu nada, nenhum documento autorizando, por isso que esse livro não é legalmente autorizado, não é uma história verdadeira porque a gente não concordou, tem coisa ali que não fomos nós, a gente não falou determinadas coisas”, contou Priscilla.
Roberta Cipriani, também ex-paquita e que também deu declarações para esse livro, disse que o autor confundiu as declarações.
“Ele aumentou muita coisa, mas o conteúdo a gente falou, mas por exemplo, algumas coisas ele falou que eu fiz, mas na verdade não fui eu, quem fez foi a Priscila, ele trocou nome, então algumas informações equivocadas”.
“…e esse dia chegou e a gente ficou triste porque era a nossa vida” (Catia Paganote, ex-paquita sobre demissão do programa)
Para Catia Paganote, a ex-paquita Miúcha, ter deixado de ser paquita, foi muito triste.
“Na época a gente nunca achou que ia sair […] e esse dia chegou e a gente ficou triste porque era a nossa vida, era o dia a dia, era o que a gente gostava de fazer”, contou a ex-paquita.
ASSISTA O TRECHO DA ENTREVISTA ABAIXO:
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