Como uma homenagem ao eterno Cazuza (1958-1990) Lucinha Araújo, mãe do cantor, e Ramon Nunes Mello reuniram inúmeras fotos e poemas do cantor em ‘Meu Lance é Poesia’ e ‘Protegi teu Nome por Amor’. No lançamento, inúmeros convidados foram prestigiar, entre os quais, Leo Jaime, 64, amigo de Cazuza. Ele conversou com a coluna e falou da importância de preservar a obra do amigo.
“Amo a Lucinha e acho uma belíssima iniciativa e melhor ainda, o resultado do trabalho que foi feito para documentar e divulgar ainda mais a obra do Cazuza”, disse.
Leo contou uma história inusitada com Cazuza e Caetano Veloso.
“Ele estava gravando o último disco e aí eu fui no estúdio visitá-lo. Eu falei: ‘Caju [apelido de Cazuza], você está trabalhando muito, vamos embora passear’. Ele falou: ‘você tem razão’. Fomos para a praia. A gente estava gravando num estúdio na Barra [da Tijuca] e nós pegamos o carro e a gente foi para a praia perto do estúdio onde ele estava gravando. Chegando lá, era um final de tarde, um dia cinza, era só para a gente tomar um ar e sair do estúdio, ficar batendo papo”, contou cantor.
Leo Jaime relatou como foi a chegada na praia e o que eles encontraram.
“Chegamos lá, tinha uma única pessoa em pé na praia olhando para o mar, e no caminho, a gente tinha ido falando o que mais nos ligou no começo da nossa amizade. Nós éramos tietes do Caetano e fomos debatendo: ‘qual era o seu disco favorito do Caetano?’. ‘ah, o meu era esse’, ‘ah, o meu também’. Quando chegamos na praia, aquela pessoa que estava em pé na praia, olhando para o mar, era o Caetano”, disse Jaime.
O cantor falou que questionou o que fazia Caetano naquele lugar.
“O que você está fazendo aqui?”, perguntou Leo, ao que Caetano respondeu: “O que vocês estão fazendo aqui?”.
“Chegamos lá, tinha uma única pessoa em pé na praia olhando para o mar, e no caminho, a gente tinha ido falando o que mais nos ligou no começo da nossa amizade. Nós éramos tietes do Caetano” (Leo Jaime)
Jaime disse que achou a história inusitada porque não podia imaginar encontrar com Caetano Veloso justamente por ter sido assunto no carro entre ele e Cazuza momentos antes.
“Nenhum de nós frequentávamos a Barra naquele ponto específico da Barra ali. Eu acho uma história interessante porque é o inusitado. A vida é a arte dos encontros”, finalizou.
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