O ator Othon Bastos, 91, foi aplaudido por 400 pessoas que lotaram o Teatro Vannucci no Rio de Janeiro na noite deste domingo, 21, para a apresentação da peça “Não me entrego, não!”, onde Bastos conta momentos de sua trajetória profissional ao longo de 70 anos.
Apagão
Nem mesmo o apagão que teve no Shopping da Gávea pouco antes da peça, desanimou o público, que esperou cerca de 40 minutos até que tudo voltasse ao normal. Na plateia estavam Wagner Santisteban, Patrícia Pillar e Narjara Turetta.
“Isso que é lindo, o público ficou até o final do espetáculo” (Othon Bastos, sobre apagão que atrasou a peça)
Após o espetáculo, Othon Bastos falou com este colunista com exclusividade.
“Isso que é lindo, o público ficou até o final do espetáculo [mesmo após o apagão]”, disse o ator.
Sobre a vitalidade para atuar aos 91 anos, o artista fala o quanto é importante esse momento.
“Só pode ser Deus, porque na verdade, a gente tem que trabalhar, chegar nessa idade trabalhando, e vendo colegas aí parados, não aceito isso, não […] É um espetáculo que é a minha vida, mas não é minha biografia, são partes da minha vida, do que passei, do que sofri, do que fiquei. Mas é isso, a gente tem que ir em frente. A frase da peça é importante: ‘eu não me entrego, não’. Tem que ir até o fim e resistir até onde puder”, disse o ator.
Em relação aos atores mais velhos, Othon Bastos ressaltou a importância dessa geração estar ativa no trabalho.
“As pessoas têm que respeitar nós, os velhinhos, porque nós não estamos mortos, estamos aí trabalhando. Você vê Fernanda [Montenegro] trabalhando, você vê Nathália [Timberg] trabalhando, você vê o Ary [Fontoura] trabalhando, até o Rogério Froes está lá fazendo uma peça também. O teatro é nossa alma, nós temos um encontro com nós mesmos no palco […] O Chico Xavier tem uma coisa que é maravilhosa, que diz o seguinte: ‘ se você não consegue se dar bem com os outros, não se esqueça que você é outro de alguém’. A vida é essa, você tem que estar sempre em apoio com as outras pessoas, você nasceu pra isso. Se você nasceu com um talento, não é guardar para você, a tua missão é doar esse talento para as outras pessoas”, finalizou.
“Tem que ir até o fim e resistir até onde puder” (Othon Bastos)
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